No Brasil, cerca de 930 adolescentes e jovens dão à luz todos os dias, totalizando mais de 434,5 mil mães adolescentes por ano. Este número já foi maior e agora está em queda. Ainda assim, o Brasil registra uma das maiores taxas se comparado aos países da América Latina e Caribe, chegando a 68,4 nascidos vivos para cada mil adolescentes…
No Brasil, cerca de 930 adolescentes e jovens dão à luz todos os dias, totalizando mais de 434,5 mil mães adolescentes por ano. Este número já foi maior e agora está em queda. Ainda assim, o Brasil registra uma das maiores taxas se comparado aos países da América Latina e Caribe, chegando a 68,4 nascidos vivos para cada mil adolescentes e jovens. A gravidez não intencional na adolescência pode trazer consequências para a vida toda, com possibilidade de prejuízos para o desenvolvimento social e econômico dos adolescentes que se tornam mães e pais precocemente, além de riscos à saúde do bebê e da mulher. A estratégia que aborda a prevenção da gravidez não intencional na adolescência a partir do vínculo à atenção primária à saúde (APS) visa enfatizar o plano de vida, o planejamento familiar, a saúde sexual e a saúde reprodutiva, bem como a prevenção de IST/AIDS. Pelo acesso de primeiro contato, vinculação e atenção integral, as demandas e necessidades das pessoas – incluindo os adolescentes – são abordadas em planos de cuidado que se ajustam ao curso da vida. Assim, acompanhar o crescimento e o desenvolvimento, a afetividade, a saúde sexual e reprodutiva e o planejamento familiar, principalmente, são recursos para a promoção de informações para a qualificação de escolhas. É necessário compreender os adolescentes como indivíduos em busca da construção de uma identidade em desenvolvimento, com cultura própria, demandando práticas capazes de contemplar suas diferentes necessidades de saúde. Na atenção primária à saúde, profissionais da equipe essencial realizam o atendimento aos adolescentes, com promoção do acesso à informação, abordagem de saúde e disponibilidade de métodos para a prevenção da gestação não intencional. Em pesquisa realizada em parceria com o Inep a respeito da quantidade de casos de gravidez em adolescentes escolares no Educacenso 2019, respondido por 91.740 escolas, 24,4% das instituições informaram casos de gravidez em estudantes adolescentes. Foram informados mais de 65 mil casos de alunas grávidas – dentre as quase 434 mil mulheres adolescentes que são mães na população total –, das quais 2,5% pediram transferência para outra escola e 19,4% interromperam os estudos. 56,9% permaneceram na mesma escola, entre as quais houve um índice de quase 20 de aprovação. Entre janeiro e novembro de 2019, foram realizadas 26.823 ações de saúde sexual, saúde reprodutiva, planejamento familiar e prevenção das IST/AIDS pelas equipes de atenção primária à saúde, em 10.635 escolas de 3.040 municípios brasileiros que realizaram adesão ao Programa Saúde na Escola no ciclo 2019/2020. As ações atingiram 1.571.533 alunos participantes. O Brasil possui taxa de gravidez na adolescência dentro da média latino-americana. Ainda assim, na última década, houve redução de 36% no número de nascimentos de crianças de mulheres adolescentes, muito provavelmente em função das ações da atenção primária à saúde, incentivando a saúde sexual, a saúde reprodutiva e o planejamento familiar, além da disponibilização de informação e distribuição gratuita de métodos contraceptivos. Formas de prevenção à gravidez não intencional na adolescência: Diálogo em casa entre pais e filhos sobre plano de vida, planejamento familiar e consequências sobre decisões e atos; Vínculo com uma equipe da atenção primária à saúde; Disponibilização de informação e ampliação do acesso aos métodos de anticoncepção; Inclusão de adolescentes e jovens na concepção de projetos e programas de prevenção da gravidez não intencional. Para evitar a gravidez não intencional na adolescência, o diálogo e a informação são nossas principais ferramentas. Converse com sua família e sempre busque orientações em uma unidade de saúde.